top of page
  • Foto do escritorGustavo Tamagno Martins

Enfim na casa atual


:: Na foto: dona Ema Cecchin Tamagno em dezembro de 2016 na frente de sua atual residência, localizada em Caxias do Sul.


De uns 30 anos pra cá, a família se mudou para a casa que então Ema vive hoje. Nem todos os filhos moravam ainda com os pais. Jandira e Eliseu já estavam em Santa Catarina - onde residem atualmente. Primeiro, Jandira se mudou para Caxias do Sul para trabalhar de babá e com limpeza aos 12 anos com uma cunhada de Laurindo, esposa de Agenor. Com a abertura de um restaurante, ela e seu irmão Eliseu acabaram indo para o estado catarinense.


Deoclécio, o filho mais velho do casal, já morava em Flores da Cunha, sendo funcionário da Prefeitura da cidade. Sirlei casou-se e ficou por Santa Justina. Ivone chegou a morar pouco tempo na casa de dois andares da antiga Rua Três. Como Jandira se casou, Ivone seguiu o mesmo caminho da irmã e foi para Santa Catarina tentar a vida ajudando a tia. Moacir, Ademir e Jaqueline compunham os cômodos da casa, junto à Ema e Laurindo. Depois de um tempo, Ivone retornou. No entanto, logo se mudou para Flores da Cunha, local que reside.


MAIS UMA VEZ ELA…

O que viria a bambear a família teve início quando começaram a se virar as primeiras páginas do calendário de 1999. Laurindo trabalhava no turno da noite da empresa que fica até hoje em frente a residência da família. Ele cortava as peças de vidro, e na mesma indústria trabalhavam seus filhos Moacir e Jaqueline, e Daniel, seu genro (pai do que vos fala).


Certa noite, Lindo - como chamado por Ema - começou a se sentir mal, com dores fortes no fundo da barriga. No hospital de Flores da Cunha foi constatada pedra na vesícula e assim precisaria ser submetido a uma cirurgia. Na retirada da pedra do rim, foi encontrado um tumor no pâncreas. Como era algo grave, foi chamada toda a família e avisado que Laurindo estava com suspeita de câncer. Precisaram fazer uma biópsia, retirada de um pedaço do tumor para fazer uma análise em um laboratório paulista. E assim foi feito.


O pior chegou. O seu médico (Dr. Gustavo Toigo) ao ver o resultado já encaminhou a família para um especialista no assunto, Dr. Ruy Reinert Junior. E diante do quadro, o oncologista clínico deu a notícia que ninguém queria ouvir: Laurindo estava com câncer no pâncreas e não tinha o que ser feito. Encontrava-se em um estágio avançado da doença e assim lhe deram o prazo de 90 dias de vida. Foi sugerido que Laurindo fizesse quimioterapia para amenizar as dores. Aos poucos foi perdendo os cabelos. Após se sentir mal em casa, foi levado ao hospital, em que ficou internado. Passavam-se dias. Recebeu doações de sangue. Numa quarta-feira solicitou que gostaria de comer formaggio (queijo) e um bitchiere de vinho.


Na quinta-feira de manhã, foram chamados todos para o hospital. O pior estava por vir. Mais uma vez ela. Aquela visita que ninguém gosta de receber, que aparece e leva embora o que mais precioso temos: a vida. Às 11h30 do dia 2 de setembro de 1999, Laurindo deixava a vida. Talvez tenha se deliciado com os formaggios do céu. Três dias antes do seu aniversário de 62 anos, o marido de Ema a deixava viúva. Com uma dor e saudade imensa que já perdura por mais de 20 anos.


Gostou? Então, não deixa de ler os outros capítulos!


Leia também:

bottom of page