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  • Foto do escritorGustavo Tamagno Martins

Como tudo começou


Fotografia: acervo pessoal da família

Era uma vez… será que uma boa história precisa iniciar com essa expressão protocolar? Bom, mesmo não se tratando de um conto de fadas, muito menos uma ficção científica que mistura alienígenas e uma tecnologia futurística, vamos começar com as palavrinhas mágicas…


Era uma vez em um pequeno vilarejo um pouco distante daqui, diversas famílias morando na costa de um rio chamado de Turvo, o ponto turístico do lugar. A vó Ema residia de um lado do vilarejo (seus pais eram de Protásio Alves e moraram um tempo na comunidade de São Pelegrino) e meu avô materno, Laurindo (que nem cheguei a conhecer), morava no "centro" da vila com nome de, nada mais nada menos que, Vila Segredo. Hoje, o Segredo, como conhecido, é distrito do município de Ipê (RS) e possui uns 1200 habitantes, aproximadamente.


Os dois eram trabalhadores da roça e produziam basicamente para a subsistência (consumo próprio). Ema e Laurindo ajudavam seus pais a produzir (semear, plantar e colher) trigo, milho e feijão, além de criarem galinhas, porcos, vacas e cabritos, que fora a carne para abate ofereciam ovos e leite. As condições financeiras dos dois eram bem diferentes.


Ela sempre viveu em uma casa mais humilde, revestida de madeira e cheia de frestas, com acesso fácil para os gatos da vizinhança, com um fogão de cinzas apenas. Na verdade, a residência de Ema era dividida em duas: uma havia a cozinha e a outra, os quartos. Com as panelas penduradas por correntes na cozinha, quando chovia, precisavam correr. Rico de piolhos, naquele lar habitavam nove pessoas: Ema, seus pais Hermenegildo e Regina e seus irmãos Maria, Teresa, Joana, Adélia, Atílio e Alcides.

Ema (do meio sentada), seus pais Hermenegildo e Regina, e seus irmãos Alcides, Atílio, Joana, Maria, Teresa e Adélia
Fotografia: acervo pessoal da família

Na foto: Ema (do meio sentada), seus pais Hermenegildo e Regina, e seus irmãos Alcides, Atílio, Joana, Maria, Teresa e Adélia.


Já a casa da família Tamagno era um pouco melhor. A residência de dois andares abrigava no primeiro andar: uma sala enorme onde eram despejados no chão o trigo e onde havia a mesa da alimentação (comiam na sala) e a cozinha. No segundo andar, ficavam os dormitórios. A família composta por treze componentes tinha condições financeiras melhores que a do senhor Cecchin.


Na costa do rio Turvo eram feitos bailes que eram recheados de muita conversa, comida, dança e diversão. Foi numa dessas noites de folia que se conheceram. Vestidos sempre com trajes simples dançaram juntos naquela noite. Laurindo sempre usava uma calça branca (um diferencial) e camisetas bem batidas para a dança. Tomando cerveja, ele bebia, caía no chão de barro e sujava a roupa. Ema sempre via aquela cena nas noites de festejos amigáveis, mas não o conhecia, pelo menos pessoalmente.


E foram nestes festejos que iniciaram toda a união da família Tamagno e Cecchin, propriamente. Laurindo chegou até Ema e pediu-a para a dança. Mesmo sabendo ser um dos bêbados da festa, Ema aceitou o convite. Foi a partir daquele baile que tudo mudou. Para conquistar cada vez mais Ema, ele levava sacos de laranjas de suco até a casa da amada, inclusive a fruta saborosa colhida da tapera de seu Olímpio era saboreada por toda a família. E foi num desses encontros que Lindo, como era chamado por Ema, pediu sua mão em namoro; para os pais, claro.


A família Tamagno era bem vista na cidadezinha e era tida como “rica” pelos familiares de Ema, um dos motivos que aprovaram o namoro da herdeira. Porém achavam Ema ser muito nova, aos seus apenas 17 anos. Sendo uma das famílias que produziam e vendiam trigo para os moinhos, os Tamagno, foram aceitos como “parentes” de Ema.


Fique atento(a) para o próximo post!

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